Abaixo das Árvores é um drama psicológico cru e comovente que explora temas de luto, identidade e a busca por pertencimento. O filme acompanha uma pessoa comum, uma jovem mulher abalada pela recente morte de seu pai, a única figura que realmente se importava com ela. Lutando com o vazio deixado por sua perda, ela mergulha em uma profunda crise emocional, assombrada pelas memórias de sua infância fragmentada e de sua mãe distante e negligente. Sem ter para onde recorrer em busca de conforto, ela se envolve em uma série de relacionamentos turbulentos com mulheres que ecoam a mesma frieza e violência que ela vivenciou enquanto crescia. Esses relacionamentos rapidamente se transformam em padrões de abuso emocional e físico, à medida que a busca desesperada de Sarah por afeto materno a cega para os sinais de alerta nas pessoas que ela escolhe amar. Cada relacionamento reflete seu trauma não resolvido, mas ela se apega à esperança de que uma dessas mulheres possa finalmente oferecer o cuidado acolhedor que ela nunca recebeu. À medida que o filme avança, ela se torna cada vez mais isolada, refugiando-se em igrejas e campos abertos que seu pai amava e para onde ele frequentemente a levava em tempos mais felizes. A floresta, densa e sufocante, torna-se uma metáfora para seu estado interno. Ela reflete sua solidão e envolvimento emocional, como se as próprias árvores sussurrassem lembranças de seu luto. Sob seu dossel, ela tenta dar sentido à sua vida, confrontando memórias dolorosas do amor silencioso de seu pai e da ausência de sua mãe.
No entanto, conforme ela se aprofunda nessa solidão, seu estado mental começa a se desintegrar. Ela começa a ter pensamentos estranhos—visões de seu pai, chamando-a de volta para os momentos que compartilharam, e encontros aterrorizantes com figuras sombrias que representam sua dor não resolvida. As fronteiras entre realidade e fantasia se confundem, à medida que seu luto se manifesta de formas aterrorizantes, puxando-a cada vez mais para um labirinto psicológico do qual parece não haver escapatória. Em Abaixo das Árvores, o público é levado a uma jornada angustiante pela mente dela enquanto confronta o ciclo destrutivo de abuso e o vazio assombroso deixado pela falta de amor materno. O filme mistura magistralmente o horror psicológico e o drama emocional, explorando como o luto não resolvido pode distorcer o sentido de si e da realidade. Com cada relacionamento, ela se vê mais enredada em uma teia de violência e desejo, levando-a a uma terrível realização: em sua busca por amor, ela pode ter perdido a própria essência de quem é. No final, Abaixo das Árvores não é apenas uma história sobre o luto, mas sobre a necessidade humana de conexão e até onde estamos dispostos a ir em busca de um amor que talvez nunca seja encontrado. Ao confrontar suas verdades mais sombrias, a floresta torna-se um cenário assombroso para sua luta psicológica, onde a única saída é através da própria dor que ela evitou por tanto tempo. As imagens evocativas e os poderosos momentos emocionais do filme criam um retrato comovente de perda, trauma e a jornada perigosa rumo à cura.
